A edição reuniu cerca de 100 profissionais da educação infantil no Sesc Ponta Grossa
Nesta sexta-feira, 20 de outubro, ocorreu mais uma edição do projeto SAMU/Escola, que leva treinamento de primeiros socorros para professores, auxiliares e outros profissionais da Educação dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e das Escolas Municipais (ensino fundamental). Desta vez, o evento reuniu cerca de 100 professores da educação infantil no Sesc Ponta Grossa. Também foram prestadas homenagens a profissionais do SAMU Campos Gerais e a pedagoga Juliane Aparecida dos Santos.
Os profissionais do SAMU Campos Gerais Elisa Souza (médica), Mario Kovalski (condutor socorrista), Murilo Marcelo Brondboi (técnico de enfermagem socorrista), Cintia Baby (condutora socorrista) e Patrícia Titon (enfermeira) e a pedagoga Juliane Aparecida dos Santos atenderam uma criança de quatro anos, vítima de engasgo em um dos CMEIs de Ponta Grossa. Através das técnicas ensinadas em uma edição anterior do projeto SAMU/Escola, a pedagoga executou manobras iniciais para salvar a vida da criança e teve apoio da equipe do SAMU nos procedimentos pós obstrução.
Os profissionais do SAMU Campos Gerais, além de atenderem ocorrências em instituições de ensino, também possuem um papel fundamental na didática de treinamento de colaboradores da área da educação, repassando seus conhecimentos para o objetivo principal: salvar vidas.
O projeto SAMU/Escola é resultado de uma parceria entre Secretaria de Educação de Ponta Grossa, Consórcio Intermunicipal SAMU Campos Gerais (CIMSAMU) e Fundação Municipal de Saúde, e está inserido no projeto Saúde na Escola, programa nacional interministerial que envolve educação e saúde. Os treinamentos abordam temas como acionamento do SAMU 192; abordagem primária à vítima; manobra de desobstrução de vias aéreas; parada cardíaca: como identificar, causas e manobra de reanimação; sangramento ou hemorragia: tipos e como controlar; sangramento nasal: causas e tratamento; cortes e fraturas: tipos e o que fazer; queimaduras: classificação e cuidados; convulsões: causas, sinais e recomendações; desmaio: causas, sintomas e recomendações; e emergências clínicas.
Segundo a Dra. Elisa Souza, médica do SAMU Campos Gerais que atendeu a ocorrência, após a solicitação na central de regulação, a equipe de atendimento avançado foi acionada. “A obstrução das vias aéreas foi por conta de um suco. O risco de algo assim acontecer sempre existe, tanto na escola, quanto em casa, é algo muito comum. O sinal de alerta é quando a criança eleva as mãos ao pescoço, ou começa a ficar vermelha. Qualquer minuto é valioso e ter esse tipo de treinamento salva vidas”, salienta. Para Dra. Elisa, o reconhecimento pelo trabalho realizado é uma grande satisfação. “Ficamos muito felizes com a homenagem, mas esse sempre vai ser nosso trabalho, sem esperar nada em troca. A maior felicidade é ver que salvamos uma vida”, declara.
De acordo com a pedagoga do CMEI, o apoio via telefone da equipe SAMU Campos Gerais foi imprescindível. “O médico foi me dando orientações para massagear o peito para voltar a respiração normal. Foi um grande alívio quando sentimos que ela já estava melhorando. O curso ensina muita coisa pra gente, é extremamente importante. Nunca estamos livres de que aconteça algo assim”, explica.
O Diretor de Enfermagem do CIMSAMU, Diogo da Silva, enfatiza o papel de cada agente envolvido em ocorrências como esta. “Os profissionais do SAMU prestam também um papel essencial à sociedade enquanto cidadãos e profissionais educadores, pois ensinam técnicas valiosas para salvar vidas. É extremamente necessário este treinamento para os profissionais de escolas e CMEIs, por mais rápida que seja a ambulância, quem salva, muitas vezes, é quem faz os primeiros socorros", analisa.
“Para nós da Fundação Municipal de Saúde, que trabalhamos diretamente com a educação em saúde, essa integração do SAMU com a Secretaria de Educação é uma união de forças para garantir um atendimento de qualidade. Essa interação entre o SAMU, profissionais da educação, as crianças e a família, salva vidas. Na prática nós vemos a diferença”, ressalta a Presidente da Fundação Municipal de Saúde de Ponta Grossa, Juliane Dorosxi.
Para Rozangela Ribeiro, responsável pelo projeto SAMU/Escola, o treinamento em instituições de ensino é de fundamental importância para a agilidade no atendimento. Os profissionais atuantes nas escolas são, muitas vezes, os mais próximos da criança no momento da ocorrência da obstrução aérea. “Nesta situação que aconteceu, a pedagoga já tinha participado do projeto SAMU/Escola, então ela tinha orientações e soube como agir e conseguiu atender a criança. Esse é o objetivo do projeto. Fez toda a diferença na vida da criança e da família”, aponta.
Em 2018, com a criação da Lei Lucas (nº 13.722) foi instituída em todo o país a obrigatoriedade da capacitação em primeiros socorros para todos os funcionários de escolas públicas e privadas, no ensino infantil e básico. O projeto SAMU/ Escola existe desde 2015 em Ponta Grossa e demonstra a antecipação de políticas em cuidado à saúde na cidade e o cuidado com a preservação da vida.