Responsabilidade, agilidade, sensibilidade autocontrole e empatia. Estes são adjetivos que caracterizam o trabalho dos condutores socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Neste 10 de outubro, dia do Condutor Socorrista, o Consórcio Intermunicipal SAMU Campos Gerais (CIMSAMU) agradece o comprometimento e dedicação de todos os condutores de ambulância e reitera sua importância para a sociedade na prestação de socorro às vítimas.
A função de condutor socorrista é primordial no apoio e na redução de sofrimento às vítimas de incidentes. Eles são responsáveis por transportar a equipe do SAMU até a ocorrência e sinalizar a passagem da ambulância para evitar acidentes, seguindo o protocolo para este tipo de situação. Mas, muito além disto, estes profissionais atuam também como auxiliares durante o atendimento, realizando manobras iniciais importantes como a massagem cardíaca e alcançando materiais específicos para outras intervenções, além de conduzir a ambulância nos casos em que a vítima necessite de um atendimento hospitalar, fazendo o trajeto de forma rápida e segura. A atuação dos condutores de veículos de emergência também envolve a coleta de materiais das ambulâncias, como pranchas, bandagens e colares cervicais, em UPAs e hospitais onde os pacientes foram encaminhados durante o turno anterior,não deixando desguarnecer o fornecimento dos mesmos para as ambulâncias de emergência.
Para ser condutor socorrista, o profissional precisa ter Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria “D” (com pelo menos seis meses de experiência de condução nesta categoria) além do curso de condutor habilitado em transporte de veículos de emergência (registrado nas observações da CNH). Outros treinamentos importantes para a profissão são o curso de Direção Defensiva e de Atendimento Pré-Hospitalar (APH).
O SAMU Campos Gerais conta com 160 condutores socorristas que atendem em média 250 ocorrências por dia. José Ideraldo Marques de Paula atua como condutor socorrista desde a fundação do SAMU em Ponta Grossa e define como gratificante sua jornada há 18 anos na profissão. "Fomos treinados para salvar vidas. Sinto um orgulho imenso em fazer parte de uma equipe que está sempre disposta a socorrer todos que necessitarem. Cada ocorrência nos mostra e ensina algo novo, como paciência e até mesmo a ser mais empáticos com as vítimas e principalmente familiares", salienta.
A função de condutor socorrista, bem como todas as outras atividades do SAMU, exige grande preparo emocional e sensibilidade durante o manejo das situações. "Passei por uma ocorrência que me marcou muito. Na época minha filha tinha a mesma idade de uma vítima fatal que precisei atender, compreendendo e sentindo junto toda a dor que aquele pai e familiares estavam passando no momento", relata José acerca de uma das suas experiências na profissão.
Assim como José, Marcelo Schlup dos Santos, condutor socorrista há oito anos, sente grande orgulho em atuar nesta profissão e reitera que a função vai muito além da direção do veículo. "Preciso trabalhar com o tempo, o trânsito e as adversidades que vão acontecendo durante o trajeto. Em primeiro lugar, sempre zelando pela segurança da minha equipe e das vítimas que estamos prestando atendimento", aponta.
Marcelo Schlup comenta que sempre teve grande interesse pela área da saúde e biologia na escola, depois formou-se como socorrista no exército e fez curso de condutor de veículos de emergência. "Além de conduzir a equipe ao local da ocorrência, ainda auxilio o médico e a equipe com os materiais para procedimentos como drenagem de tórax, dentro de minhas capacidades e atribuições", explica.
O sonho de trabalhar nesta área na infância também marcou a vida de Marcelo de Oliveira, condutor socorrista há 21 anos, sendo oito deles no SAMU Campos Gerais. "Até mesmo quando estive no quartel, com as instruções que tinha sobre primeiros socorros, buscas e salvamentos, sempre ficava muito animado, porque era uma área que me chamava muito a atenção", menciona.
Além do curso de socorrista e de condutor de ambulância, Marcelo de Oliveira também é técnico de enfermagem. Para ele, todas as funções são interligadas e o condutor é parceiro em todos os procedimentos. "Como condutor tem que ter um conhecimento da malha viária, também um conhecimento do próprio veículo e da dinâmica do trânsito nas cidades. Ele também colabora na parte clínica, faz imobilizações e ajuda alcançando e checando materiais para intubações, prepara documentações e também medicações, quando lhe é solicitado", descreve.
Quando existe mais de uma vítima durante uma ocorrência, o apoio do condutor socorrista é fundamental. "Toda a ação tomada é em conjunto, o condutor é parte essencial da equipe, sua agilidade e entendimento de toda a dinâmica ajuda a coordenar a ocorrência e agilizar em prol do propósito de salvar vidas", afirma a Diretora Técnica do CIMSAMU, Dra. Kelly Kravchychyn.
Marcelo Schlup, José Ideraldo e Marcelo de Oliveira, compartilham do mesmo sentimento quando o assunto é a missão de ser condutor socorrista, gratidão e satisfação. Cada ocorrência é única e a doação, empatia e comprometimento de cada profissional é fundamental no momento de trabalhar com vidas.
